Nome : Maria
Idade: Já fiz 40 anos
Signo: Caranguejo
Cor: Azul
Adoro: O brilho de um Olhar. O mar pela paz que me transmite. Fotografia pelos momentos que registo. Os poucos e bons amigos. A sensualidade das palavras. Escrever...quando a inspiração me assiste. Acreditar mesmo nos momentos de fragilidade que é possível...
Detesto: A dor o rolar de uma lagrima. Injustiça, mentira e a falsidade
"A confusão é a de sempre, gente e mais gente, um barulho quase ensurdecedor,
mas eu que espero no meio da multidão, ainda não te vi e já só penso em ti.
Quero preciso ver-te.
Quero e preciso sentir-te.
Quero e preciso falar-te.
Quero tanto e do tanto que te quero.
Acho que temos tanto para dizer, um ao outro,
peco apenas por pensar que a ti me quero dar e não posso.
Entende que quando me aqueces, fortaleces,
mas quando o teu gelo se "entranha" em mim toda eu dou sinal,
e depois por tanto me quereres apenas me irás magoar.
Eu sei a culpa é minha, fosse em que altura fosse, mal te via a ti me "jogava",
e o hoje o corpo dá sinal de que assim não pode ser.
Mas pensa vamos estar os dois a sós, eu e tu...
Apenas os dois.
Vamos falar, e vamos ouvir do tanto que se passou, do tanto que está para vir.
Imagino ainda antes de partir para "casa" se terás saudades minhas.
Penso no largo, se estará igual, verdade que pouco ou nada deverá ter mudado,
mas ainda assim penso.
Vou buscar rostos, vou buscar as gentes.
Procuro na mente o calor que se sente, quando em frente à lareira me sento a ler a escrever ou apenas a ver a lenha ser consumida pelo fogo "ardente", de cores quentes que me levam a sonhar com o verão.
Já imagino as noites geladas.
Já imagino o acordar e ver tudo envolto nuns pedacinhos de geada.
Já imagino a possibilidade de ver uma ou outra perdiz, um ou outro coelho.
Eu já imagino apenas ver-te a Ti, morro por dentro de saudades tuas.
Do teu cheiro, do teu ondular, que por estes dias deve meter respeito.
Preciso mesmo de te ver, de te cheirar, de te abraçar, num imenso abraço como Tu.
Não me importa o frio, não me posso em ti banhar,
mas posso em ti me transportar e deixar somente estar.
Estar nem que seja por uns breves minutos,
captar a tua essência, captar a tua imensidão e grandeza.
Ainda não te vi e já te escrevo...diz-me que mais pode ser senão Amor?
Aguardo pela manhã do amanhã.
Ficou a promessa feita de que me levariam junto a ti,
e eu que já só quero acordar e junto a ti estar.
Na gare uma confusão que me deixa, atordoada, não gosto.
Finalmente por entre filas que se fazem,
a cidade fica para trás, como tudo o que para trás deixo,
ainda que tudo vá dentro de mim.
Na escuridão da estrada, feita por uns amortecedores,
que me levam a palmilhar os quilómetros,
até chegar a "casa".
Á minha espera vão estar um sorriso ou dois,
um carro ao meu tamanho, da minha cor...
Quebra-se o sossego que ganho sempre que viajo de expresso.
Quebra-se o estado de espírito e a solidão...
aquela solidão com a qual se aprende a viver e conviver.
E parto, e chego, e mudo o semblante pensativo, para um sorriso que se exige...
E chego a casa á minha e amanhã a Ti vou ver, e contigo vou estar...
aí, nada muda porque nada tem de mudar.
Será como ontem ... Eu, Tu, um dia por fim Nós..."
Todos os anos por esta altura começo a fazer mentalmente um balanço do ano que vai chegando ao fim.
Este ano nada é diferente.
Tiro um final de noite para a compra das prendas de natal, das poucas prendas de natal que quero dar. Desta vez dou a quem tenho de dar e a quem tenho gosto em dar, não me vou obrigar a dar porque “fica bem”… adiante.
Por acaso sempre foi algo que fiz com muito gosto, até porque por norma sei como “agradar” a quem tiver de dar uma prenda, sempre foi algo natural, pensar em conversas, na pessoa e associar o gosto da pessoa a algo que possa ser do seu agrado.
Paciência? Nenhuma, a quadra que juntamente com o carnaval, me dava alegria, este ano não me dá. Nem a própria árvore de natal com o presépio de mais de 50 figuras me deu alento.
Aliás nem o presépio fiz, não me apeteceu, simplesmente.
Gáudio?
Não, é melhor não lançar foguetes antes da hora. Não fiz porque eu não quis, não me apeteceu, além de que com tanta peça, já estou a ver o petit a fazer do presépio uma mini aldeia para brincar.
Uma árvore mais pequena, passamos de 1,80 de árvore para 1,50 reduzi também o tamanho da árvore, menos espaço, e menos confusão. Mas a árvore de 1,80 está ali bem guardada e um dia volta ao seu lugar.
Tudo isto para?
Para continuar a escrever…
Passeio-me pelo fórum aqui da santa terrinha, frio nenhum. Gente? Quase nenhuma.
E eu venho a escrever mentalmente na companhia da música com quase tudo comprado.
Por vezes até parece que não sou mulher….sim, ao que parece as mulheres levam muito tempo às compras.
Não me apetece, bato o olho, penso na ou nas pessoas, preço, embrulhar e já está.
E venho eu, palavra a palavra a pensar numa peça Pandora, e “esbarro”, com um dos homens que conheço, que como todos nós comuns mortais tem os seus defeitos, mas que para mim é das pessoas mais inteligentes que conheci até hoje.
Conhece parte da minha vida, bem como conhece os meus irmãos, aliás foi explicador dos meus irmãos e depois foi meu explicador, de Matemática (que detesto), de física e química (que detesto), Latim (que adorava mas perdeu-se pelo caminho), ouvia-o cantar ópera e tocar piano e ficava siderada, feitos e “grandes defeitos”, á parte, alguém que estimo e sempre estimou os meus…conversa para aqui, filhos, irmãos, separações, e mais um “tu sempre gostaste de fotografia” (estou em crer que talvez seja Jesus Cristo a única "alma" a não soubesse disso).
Começo a ouvi-lo e começo a ver a tampa da minha caixa de Pandora abrir-se…nomes, de gente que já não diz nada a este lado. Ele que chegou a andar comigo ao colo, que conheceu por dentro a minha casa, lança uma frase que me ajuda a chegar a onde eu tinha pensado chegar antes de o encontrar “eu lembro-me de viver tudo isso…”, e eu lanço um “estou farta M.P, foram muitos anos”, ao que me responde “é verdade sempre foste vista assim…”
E tudo isto para?
TOU FARTA!
Ouço o eco da minha própria voz “…vou fazer 40 anos não tarda muito, chega…”
E chega…
Já tinha tomado esta decisão, e esta pequena conversa leva-me a mais uma vez reafirmar, o que cá ia dentro.
Pego na minha caixa de Pandora, e coloco cada peça no seu sítio, fecho gaveta a gaveta, e dou paz àqueles que vivem atormentados pela minha pessoa. Vamos experimentar inverter os papeis, eles não me incomodam (e se incomodarem novamente, são como meras peças de um xadrez de vida feita num passado lá longe, não são presente, nem futuro), se os incomodo, paciência.
Renego á minha tão famosa caixa de Pandora.
Olho este ano como o ANO, desde o nascimento do meu filho este foi o ANO, de todos os avanços, recuos, de todos os medos, de todas as desilusões, ilusões, perdas, ganhos, de desconfiar a confiar, de não amar a voltar a amar, de chorar e sorrir, de me odiar de me amar.
Se eu pudesse escrever tudo, não conseguiria, porque pela primeira vez desde que me conheço não consigo definir, apenas olhar e ver, que sofri, perdi…mas acima de tudo Ganhei.
Gaudio da minha parte…não, de modo algum, quando digo que ganhei, ganhei-me a mim.
E ganhei-me a mim da forma mais estranha possível, levantei-me a custo, mas levantei-me. Foi-me dada uma mão que aceitei, á qual se juntaram mais duas.
O ser em quem sempre mais desconfiei, a quem mais dei, de quem sempre tive “medo”, e olhei de lado, foi o ser que me ajudou mais o “Homem”.
Ridícula criatura esta, e tão mas tão igual a si própria, escrevo ao som dos quatro magníficos, e sinto uma vontade de chorar de felicidade e nostalgia … olho para trás e não consigo entender como durante tanto tempo deixei que fizessem de mim o que fui … e o que por vezes sou.
Apesar de tudo isso hoje olho-me tão mas tão diferente, apesar de tão igual…apetece-me viver, apetece-me conquistar os meus sonhos, andar em frente, apetece-me não estar só, apetece-me pensar que sim é possível alguém olhar-me, mesmo quando eu não me olhar, alguém ver que tenho valor, quando sempre o que me quiseram incutir que simplesmente não presto, o que faço não tem valor, por isso estar deste lado é sempre mais fácil.
Porque me era incutido que era sempre menos do que os demais.
Recuso que assim seja, a vida é feita aqui mas não só aqui, é lá fora que o sol brilha, que a chuva cai, que as nuvens formam castelos, é lá fora que está o Mar, ainda que seja aqui dentro onde navego que ele habita…em Mim.
Era não era?
Era…já foi.
O balanço do meu ano de 2011 não pode ser feito, porque a “vida começou” em 2011, e vai ser em 2012 que ela vai continuar a ser construída, o meu ano, este ano, não pode ser definido num só ano, 12 meses não chegam para tudo o que passou, e o que ainda está para vir, bom e claro, mau…
Que beleza teria uma rosa sem os seus espinhos?
O sonho, os sonhos são feitos tal como o destino, no dia a dia, custa?
Custa por vezes custa o tempo, ver que passa e tudo vai apenas decorrendo…mas eu já esperei tanto, por nada, por isso nada como procurar paciência e calma…hoje quase faz um ano em que me abriram uma “janela”, desenho paredes, vou criando o sonho, o meu.
Alinho as linhas e alinhas, que fui aqui deixando ao longo dos anos. Tudo alinhado e registado como deve ser, textos meus, criados e registados em meu nome, é assim que tem de ser, é assim que a obra surge.
Continuo a manter as minhas reticências perante o “homem”… mas, eu, logo eu viver com o coração vazio…eu pensei que era capaz, na frieza de momentos, penso que sou capaz, mas quero ser bem mais capaz de acreditar que sim é possível amar, respeitar, aceitar, e sobretudo confiar em alguém que nos dá o que recebe…amor.
Que beleza teria uma rosa sem os seus espinhos?
E agora aqueles que me conhecem sabem onde é que eu gostaria de estar…onde?
Tal e qual, lá mesmo … com vista para a minha ilha, a segredar ao Mar que sim o continuo a amar, porque sim, enquanto eu acreditar eu jamais deixarei de lutar, e um dia o Sol vai brilhar.
Maria
Beijo n´oteudoceolhar.
(Dezembro de 2011)
(Um obrigado/a pelas mensagens, pelos gestos, por simplesmente estarem aí...fica a promessa de que aos poucos voltarei...
A pulseira tem o Sol. A pulseira foi comprada em Outubro 2011, o Sol já o tenho desde o ano passado, estava junto a outras peças...mas hoje faz sentido o Sol estar assim a sorrir, e aquecer o meu olhar...A música. Bem a música, andava eu à procura de inspiração nas músicas do Gabriel Yared, saltei para a Laura Paussini "One more time", e eis que a cor apelativa chama por mim, não conhecia a música, agora ouço-a e faz todo o sentido ser esta música a ilustrar o meu "rabisco". A todos voçês que fazem parte d´oteudoceolhar, fazem parte do meu mundo das palavras um bom ano).