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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

... A Tua voz ...



(Aqui surgiram as vozes...ali!!)



"Saio sem pensar, mais uma vez saio sem rumo.
Não o tenho, nem tão pouco o quero ter. 
Hoje não!
Faço-me à estrada com um pensamento  em mente.
Tu.
Ainda tenho na mente o eco da tua voz, 
o sabor agri-doce que chegou até mim, vindo de outro mundo.
Outro mundo do qual não faço parte...Farei?
Perco-me, simplesmente.
O teu mundo que cruzei, sobre olhares,
e para onde quer que olhasse tudo ali eras Tu. 
Naquele dia a tua voz chegou até mim,
  porque simplesmente não fazia sentido que assim não fosse.
 Precisava ouvir-te, precisava dizer o teu nome.
E eu vou saindo sem rumo, e eu penso,
sem pensar no porquê da tua voz chegar até mim assim.
Não te consigo encarrar, "perdoa"
a falta de coragem a falta de acção ou reacção.
Um dia questionei o teu "atrevimento"
em teres a coragem e ousadia de me enfrentares num olhar. 
Tiveste!
E hoje questiono-me como não sou eu capaz de chegar a ti.
Perdi-me, creio que me perdi.
Acredito que sim que me perdi pelo caminho,
por isso mais simples será mesmo "partir", sem rumo,
levando o horizonte na mente, e o eco da tua voz, e o brilho do teu olhar.
E levo tudo junto, junto um sorriso doce, de uma voz que se quer tal como é ... meiga".


Maria.

Beijo n´oteudoceolhar


quinta-feira, 13 de outubro de 2016

..."Roubas-me as Palavras"...





“-Roubas-me as palavras!”
Digo-lhe, enquanto a olho.
-Mais do que roubar as palavras, quero roubar os actos.
E eu, eu olho-a, e vejo-a num sorriso a que me correspondo,
sem ter muito bem a noções do que vai surgir…
-Agora quero um beijo.
E pronto, desarma-me, ou não? Nem eu sei…
Eu que vinha à procura de cor, de cruzar olhares, por mundos coloridos.
Por mundos de um mundo que também entendo como sendo um pouco meu.
E agora pede-me um beijo…
E agora?
Passo de soslaio os olhos em redor, procuro quem passa…
vem-me à boca o doce, o sabor do vermelho, o sabor de morango…
Olho-a e ela nem tem os lábios pintados de vermelho,
ainda assim olho-a e ocorre-me, o doce, doce de morango.
Que raio de pensamento…
E caminhamos dali para fora, sem pressa, e sem demora.
E num se faz tarde, de novo o olhar, que me leva a considerar nem eu sei bem o quê.
Pena?
O momento?
O adeus?
Um voltarei ao teu encontro?
Não sei, não sei eu, nem sabe ela.
Sei apenas que no seu olhar está escrito “beija-me”.
-Um beijo e um obrigado.
E dois sorrisos, e um silêncio que procuro quebrar, ao sabor do som…
de um som feito de vários sons.
E desta vez, não é roubado é selado, o que ficou daquele momento de um nosso “pecado”."


Maria

Beijo n´oteudoceolhar


quarta-feira, 5 de outubro de 2016

... "Adormeço"...




"Acordo e volto a adormecer.
Parece que é fácil.
Torna-se fácil, quando não o é.
Torna-se fácil porque a natureza do ser é essa mesmo...
Volto a adormecer em mim, sem que queira,
sem que alguém ouse voltar a mim,
 e simplesmente me acorde do sono.
Onde permaneço por minha livre e espontanea vontade.
Adormeço em mim e por mim.
Um dia volto a acordar e a olhar para um lado e depois para o outro.
Quem estava já acordado mantém-se firme.
Quem dorme pode continuar a dormir.
Quem vive a fingir-se de bem, com o bem de "ver", que assim continue.
Eu durmo e acordo.
Como, quando, e onde quero.
Porque quero, e como quero adormeço, e acordo quando tiver de acordar.
Hoje e amanhã durno, e não, não será tarde.
Apenas adormeço aos olhares alheios ao meu sono profundo.
Vivo em mim e por mim.
Passo a passo caminho, e faço o meu caminho.
Passo a passo, vivo e limito-me a viver, como e sob a forma que entender.
Não não deixo que me olhem.
Não não deixo que me toquem.
Não não deixo que me acordem.
Não não deixo que me digam "bem vinda á realidade".
Realidade...
Sim conheço-a bem e por vezes bem demais.
Sim conheço-a, e sim por tão bem a conhecer, adormeço.
Adormeço pelo entardecer.
Adormeço e volto a adormecer, num mundo meu, muito meu...
Onde só apenas eu existo, perante mim e em mim.
Depois vou saindo do meu mundo, e partilho-o com os meus...
Vivo, acordada, vivo presente, vivo para quem tenho de viver.
Faço o que tenho de fazer, sempre acordada, e viva, de bem com a vida.
Faço tudo, dou de mim, o sorriso, o dever, o viver...
Mas depois e só depois, e por fim volto a mim...e adormeço.
Por mim, em mim".

Maria.

(Proíbida cópia integral ou parcial, texto de minha autoria, registado em meu nome - 26-01-2012)

Beijo n´oteudoceolhar.




quarta-feira, 28 de setembro de 2016

..." A Ti " ...

(Fotografia de minha Autoria)

"Ser ou não ser eis a questão!"
Já assim dizia alguém...
E eu, eu  que tanto queria ser Poeta para junto ao Mar,
soletrar letras e letrinhas conjugadas numa só arte a de...Amar!
Poeta não sou mas aprendo com as poucas palavras que escrevo....
A Ti dedicar uma a uma como se tua mulher fosse...
Para Te Amar, e sussurrar o meu Amor a Ti Ó Mar...
Caminho junto a Ti, sinto-me gelada, um gelo que me aquece a alma...
Alma minha que só Tu entendes, e a Ti somente pertence ...
Gosto de parar e olhar a tua imensidão...
Gosto de adivinhar sem resposta que mundos lá longe te olham...
Se alguém olha de fronte para Ti tal como eu?
Se alguém coloca questões sem resposta, se para Ti sorri,
se o Teu gelo aquece a alma de mais alguém...
Vou deambulando, pensando em mil e uma coisas, ou simplesmente
num vazio interior preenchido somente por Ti.
A Ti pertenço, a Ti volto, a Ti Amo, a Ti e só a Ti Mar..."


Maria Ferreira

Beijo n´oteudoceolhar




terça-feira, 27 de setembro de 2016

..."Praia"...


(Foto de minha Autoria)


“ Era algo que se podia evitar, mas, por vezes não me é possível.
Praia? Não, não ligo minimamente a praia, mas (e como em tudo na vida há sempre um mas), porque não, acompanha-la, na verdade nem é muito complicado, não é mulher que seja muito difícil de “aturar”, até porque praia é sinónimo de “praia com pouca gente, para estar á vontade ouviste?”.
E eu fazendo ouvidos de mercador lanço apenas um “Ok!”.
Quem me manda a mim, ir nestas coisas?
Um livro, uma cadeira e uma imensidão de água pela frente (bem antes água a uma imensidão de gente).
Algo que também se torna fácil vivendo longe da confusão tem os seus quês e os seus porquês. Nem tudo é mau, e afinal de contas do longe se faz perto.
Eu mantenho-me na minha paz e sossego, companhia de um livro e a companhia de uma mulher…a minha.
Verdade por vezes até podia querer que no meio de tanta coisa a companhia desejada fosse outra…mas (outro mas).
E porque não óculos de sol?
O sol está quente, a água apesar de tudo apetecível, olho para ela e sinto vontade de me refrescar. Penso duas vezes e sou  levado a pensar mais outras duas.
Fico atónico, não sei penso “é do calor só pode”, uma visão que se torna numa visão única e por momentos divago.
Estava, estava simplesmente deslumbrante…atribuo culpas ao calor, e ao ser o primeiro dia de praia com ela.
Deixei-me estar apenas e só a contempla-la. Gestos calmos de quem usufrui do momento da paisagem daquilo que para si é sinónimo de prazer.
Olho-a enfeitiçado pela forma como se move, como se deita ao sol…olho o corpo molhado, como se um sinal de pecado se tratasse…olho-a molhada.  Pequenas gotas deslizam sobre os seus seios.
Corpo dourado, corpo, corpo…palavras de emoções e sensações que emergem agora de meu corpo.
Mas quem me manda a mim ficar como espectador de um espectáculo que á partida não era meu?
Firme volto às palavras do meu livro, deixo rolarem pela mente sem que façam quaisquer sentido.
Sem me dar conta volto a contemplar…gestos de quem passa óleo num corpo que continua a saber-me bem olhar…está dourado, e vem-me à mente o sabor  do sal o cheiro da maresia…suspiro, deixo cair o livro na areia, e levanto-me direitinho ao mar, direitinho á água.
- onde vais?
- já venho….
Vou, vou lavar a alma para ver se tudo aquilo que por lá anda a navegar se vai com a água fria do mar.
Resultado? Fria a água quente a mente e o corpo.
Já diz o ditado “há razões, que a própria razão desconhece…”
É desta.
Sair da água contemplar o “objecto” de desejo e “fazer-me” a terra.
Olho-a novamente já seca.
- Anda!
- O quê?
- Anda, veste-te.
- Estás doido? Ainda não há duas horas que aqui estamos, no foi isto que combinamos.
- Vá anda, e por uma vez que seja faz o que te digo, e não vale a pena fazeres mais perguntas que eu não respondo.
Não vale a pena dizer que não me falou durante o trajecto até casa.
Abro a porta do carro e peço-lhe para sair, reticente acaba por aceder ao meu pedido.
Pé ante pé de forma descompassada, tal e qual uma criança que amuou por não ter aquele brinquedo tão desejado.
Sobe,  atravessa a porta.
Sem tempo para respirar tomo-a nos meus braços rodopiando, pelo hall, pela sala, descompassados como antes a tinha visto a ela, agora éramos os dois.
Que importa no momento qual o compasso?
Já tinha sido mais do que suficiente o compasso de espera, desde que a vi sair de dentro de água, desde que imaginei o sabor de cada gota, do toque naquela pele dourada de um sol que teimava a queimar.
Aposto que não queimava mais do que o desejo que eu sentia.
Acabou-se, o momento era meu, e seria nosso.
De rompante larga-me e com um ar assustado diz.
- O que se passa?
- Tudo e nada.
Respondi tomando-a de novo nos meus braços, sabia sem sombra de dúvida a sal, cheirava à maresia tendo a pele ainda quente, suave como uma qualquer pétala de rosa…suave, suave e minha.
Um momento, apenas um instante para fechar os olhos e saborear o momento.
Olhava-me incrédula, olhava-me em sinal de espera, em sinal de quem aguarda alcançar, algo que não sabe muito bem o quê.
O momento, o momento...aquele em que a deito no chão, aquele em que deposito os meus lábios sedentos na sua boca trémula, o momento em que deposito todo o meu ser naquele corpo também ele trémulo.
Desejava-a hoje como ontem."


Maria Ferreira

Beijo n´oteudoceolhar


domingo, 25 de setembro de 2016

... "Ao Mar" ...



(Foto de Minha Autoria)

"Aqui me sento me invento e reinvento, 
Sob o teu olhar atento mar, sob o olhar atento do Por do Sol..
Sobre a luz que se quer fazer noite, que me acorda para o dia...
Aqui me sento e reinvento...
 Sob o olhar atento do que sou hoje... 
do que fui ontem, no que serei amanhã. 
Aqui me sento invento e reinvento, na tua imensidão me perco e encontro...
Para te Amar hoje Amar amanhã, Amar Mar...
 Sob todos os olhares sentires que de ti advém sobre mim. 
Incondicional é o meu sentir, o gelo, o quente, tu e só tu Mar…"


Maria Ferreira

Beijo n´oteudoceolhar




sábado, 24 de setembro de 2016



"E mais uma vez começa a acontecer, é um acordar e sentir a mente "entorpecer"...
Dias há que por cá nada há a fazer...
Instala-se o egoísmo de quem simplesmente quer baixar os braços...
Sim este Ser medonho também sou eu...
Sim este ser triste, envelhecido, e descabido de ideias também sou eu...
Ontem estive assim, hoje acordo assim...
Dormir torna-se tão esgotante como acordar...
Estou cansada de mim...
Estou e estou !!
Não entendo os sinais do corpo, nem os sinais do que ele precisa...
Entrego-me ao querer desaparecer para todos e mais algum lugar...
Porque eu não quero simplesmente ser ou estar..."


Maria Ferreira

Beijo n´oteudoceolhar


(A todos aqueles que tem a gentileza de comentar tenho por hábito dar a resposta.
Se achares por bem volta para a Ler!
Muito obrigada)




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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

... A Tua voz ...



(Aqui surgiram as vozes...ali!!)



"Saio sem pensar, mais uma vez saio sem rumo.
Não o tenho, nem tão pouco o quero ter. 
Hoje não!
Faço-me à estrada com um pensamento  em mente.
Tu.
Ainda tenho na mente o eco da tua voz, 
o sabor agri-doce que chegou até mim, vindo de outro mundo.
Outro mundo do qual não faço parte...Farei?
Perco-me, simplesmente.
O teu mundo que cruzei, sobre olhares,
e para onde quer que olhasse tudo ali eras Tu. 
Naquele dia a tua voz chegou até mim,
  porque simplesmente não fazia sentido que assim não fosse.
 Precisava ouvir-te, precisava dizer o teu nome.
E eu vou saindo sem rumo, e eu penso,
sem pensar no porquê da tua voz chegar até mim assim.
Não te consigo encarrar, "perdoa"
a falta de coragem a falta de acção ou reacção.
Um dia questionei o teu "atrevimento"
em teres a coragem e ousadia de me enfrentares num olhar. 
Tiveste!
E hoje questiono-me como não sou eu capaz de chegar a ti.
Perdi-me, creio que me perdi.
Acredito que sim que me perdi pelo caminho,
por isso mais simples será mesmo "partir", sem rumo,
levando o horizonte na mente, e o eco da tua voz, e o brilho do teu olhar.
E levo tudo junto, junto um sorriso doce, de uma voz que se quer tal como é ... meiga".


Maria.

Beijo n´oteudoceolhar


quinta-feira, 13 de outubro de 2016

..."Roubas-me as Palavras"...





“-Roubas-me as palavras!”
Digo-lhe, enquanto a olho.
-Mais do que roubar as palavras, quero roubar os actos.
E eu, eu olho-a, e vejo-a num sorriso a que me correspondo,
sem ter muito bem a noções do que vai surgir…
-Agora quero um beijo.
E pronto, desarma-me, ou não? Nem eu sei…
Eu que vinha à procura de cor, de cruzar olhares, por mundos coloridos.
Por mundos de um mundo que também entendo como sendo um pouco meu.
E agora pede-me um beijo…
E agora?
Passo de soslaio os olhos em redor, procuro quem passa…
vem-me à boca o doce, o sabor do vermelho, o sabor de morango…
Olho-a e ela nem tem os lábios pintados de vermelho,
ainda assim olho-a e ocorre-me, o doce, doce de morango.
Que raio de pensamento…
E caminhamos dali para fora, sem pressa, e sem demora.
E num se faz tarde, de novo o olhar, que me leva a considerar nem eu sei bem o quê.
Pena?
O momento?
O adeus?
Um voltarei ao teu encontro?
Não sei, não sei eu, nem sabe ela.
Sei apenas que no seu olhar está escrito “beija-me”.
-Um beijo e um obrigado.
E dois sorrisos, e um silêncio que procuro quebrar, ao sabor do som…
de um som feito de vários sons.
E desta vez, não é roubado é selado, o que ficou daquele momento de um nosso “pecado”."


Maria

Beijo n´oteudoceolhar


quarta-feira, 5 de outubro de 2016

... "Adormeço"...




"Acordo e volto a adormecer.
Parece que é fácil.
Torna-se fácil, quando não o é.
Torna-se fácil porque a natureza do ser é essa mesmo...
Volto a adormecer em mim, sem que queira,
sem que alguém ouse voltar a mim,
 e simplesmente me acorde do sono.
Onde permaneço por minha livre e espontanea vontade.
Adormeço em mim e por mim.
Um dia volto a acordar e a olhar para um lado e depois para o outro.
Quem estava já acordado mantém-se firme.
Quem dorme pode continuar a dormir.
Quem vive a fingir-se de bem, com o bem de "ver", que assim continue.
Eu durmo e acordo.
Como, quando, e onde quero.
Porque quero, e como quero adormeço, e acordo quando tiver de acordar.
Hoje e amanhã durno, e não, não será tarde.
Apenas adormeço aos olhares alheios ao meu sono profundo.
Vivo em mim e por mim.
Passo a passo caminho, e faço o meu caminho.
Passo a passo, vivo e limito-me a viver, como e sob a forma que entender.
Não não deixo que me olhem.
Não não deixo que me toquem.
Não não deixo que me acordem.
Não não deixo que me digam "bem vinda á realidade".
Realidade...
Sim conheço-a bem e por vezes bem demais.
Sim conheço-a, e sim por tão bem a conhecer, adormeço.
Adormeço pelo entardecer.
Adormeço e volto a adormecer, num mundo meu, muito meu...
Onde só apenas eu existo, perante mim e em mim.
Depois vou saindo do meu mundo, e partilho-o com os meus...
Vivo, acordada, vivo presente, vivo para quem tenho de viver.
Faço o que tenho de fazer, sempre acordada, e viva, de bem com a vida.
Faço tudo, dou de mim, o sorriso, o dever, o viver...
Mas depois e só depois, e por fim volto a mim...e adormeço.
Por mim, em mim".

Maria.

(Proíbida cópia integral ou parcial, texto de minha autoria, registado em meu nome - 26-01-2012)

Beijo n´oteudoceolhar.




quarta-feira, 28 de setembro de 2016

..." A Ti " ...

(Fotografia de minha Autoria)

"Ser ou não ser eis a questão!"
Já assim dizia alguém...
E eu, eu  que tanto queria ser Poeta para junto ao Mar,
soletrar letras e letrinhas conjugadas numa só arte a de...Amar!
Poeta não sou mas aprendo com as poucas palavras que escrevo....
A Ti dedicar uma a uma como se tua mulher fosse...
Para Te Amar, e sussurrar o meu Amor a Ti Ó Mar...
Caminho junto a Ti, sinto-me gelada, um gelo que me aquece a alma...
Alma minha que só Tu entendes, e a Ti somente pertence ...
Gosto de parar e olhar a tua imensidão...
Gosto de adivinhar sem resposta que mundos lá longe te olham...
Se alguém olha de fronte para Ti tal como eu?
Se alguém coloca questões sem resposta, se para Ti sorri,
se o Teu gelo aquece a alma de mais alguém...
Vou deambulando, pensando em mil e uma coisas, ou simplesmente
num vazio interior preenchido somente por Ti.
A Ti pertenço, a Ti volto, a Ti Amo, a Ti e só a Ti Mar..."


Maria Ferreira

Beijo n´oteudoceolhar




terça-feira, 27 de setembro de 2016

..."Praia"...


(Foto de minha Autoria)


“ Era algo que se podia evitar, mas, por vezes não me é possível.
Praia? Não, não ligo minimamente a praia, mas (e como em tudo na vida há sempre um mas), porque não, acompanha-la, na verdade nem é muito complicado, não é mulher que seja muito difícil de “aturar”, até porque praia é sinónimo de “praia com pouca gente, para estar á vontade ouviste?”.
E eu fazendo ouvidos de mercador lanço apenas um “Ok!”.
Quem me manda a mim, ir nestas coisas?
Um livro, uma cadeira e uma imensidão de água pela frente (bem antes água a uma imensidão de gente).
Algo que também se torna fácil vivendo longe da confusão tem os seus quês e os seus porquês. Nem tudo é mau, e afinal de contas do longe se faz perto.
Eu mantenho-me na minha paz e sossego, companhia de um livro e a companhia de uma mulher…a minha.
Verdade por vezes até podia querer que no meio de tanta coisa a companhia desejada fosse outra…mas (outro mas).
E porque não óculos de sol?
O sol está quente, a água apesar de tudo apetecível, olho para ela e sinto vontade de me refrescar. Penso duas vezes e sou  levado a pensar mais outras duas.
Fico atónico, não sei penso “é do calor só pode”, uma visão que se torna numa visão única e por momentos divago.
Estava, estava simplesmente deslumbrante…atribuo culpas ao calor, e ao ser o primeiro dia de praia com ela.
Deixei-me estar apenas e só a contempla-la. Gestos calmos de quem usufrui do momento da paisagem daquilo que para si é sinónimo de prazer.
Olho-a enfeitiçado pela forma como se move, como se deita ao sol…olho o corpo molhado, como se um sinal de pecado se tratasse…olho-a molhada.  Pequenas gotas deslizam sobre os seus seios.
Corpo dourado, corpo, corpo…palavras de emoções e sensações que emergem agora de meu corpo.
Mas quem me manda a mim ficar como espectador de um espectáculo que á partida não era meu?
Firme volto às palavras do meu livro, deixo rolarem pela mente sem que façam quaisquer sentido.
Sem me dar conta volto a contemplar…gestos de quem passa óleo num corpo que continua a saber-me bem olhar…está dourado, e vem-me à mente o sabor  do sal o cheiro da maresia…suspiro, deixo cair o livro na areia, e levanto-me direitinho ao mar, direitinho á água.
- onde vais?
- já venho….
Vou, vou lavar a alma para ver se tudo aquilo que por lá anda a navegar se vai com a água fria do mar.
Resultado? Fria a água quente a mente e o corpo.
Já diz o ditado “há razões, que a própria razão desconhece…”
É desta.
Sair da água contemplar o “objecto” de desejo e “fazer-me” a terra.
Olho-a novamente já seca.
- Anda!
- O quê?
- Anda, veste-te.
- Estás doido? Ainda não há duas horas que aqui estamos, no foi isto que combinamos.
- Vá anda, e por uma vez que seja faz o que te digo, e não vale a pena fazeres mais perguntas que eu não respondo.
Não vale a pena dizer que não me falou durante o trajecto até casa.
Abro a porta do carro e peço-lhe para sair, reticente acaba por aceder ao meu pedido.
Pé ante pé de forma descompassada, tal e qual uma criança que amuou por não ter aquele brinquedo tão desejado.
Sobe,  atravessa a porta.
Sem tempo para respirar tomo-a nos meus braços rodopiando, pelo hall, pela sala, descompassados como antes a tinha visto a ela, agora éramos os dois.
Que importa no momento qual o compasso?
Já tinha sido mais do que suficiente o compasso de espera, desde que a vi sair de dentro de água, desde que imaginei o sabor de cada gota, do toque naquela pele dourada de um sol que teimava a queimar.
Aposto que não queimava mais do que o desejo que eu sentia.
Acabou-se, o momento era meu, e seria nosso.
De rompante larga-me e com um ar assustado diz.
- O que se passa?
- Tudo e nada.
Respondi tomando-a de novo nos meus braços, sabia sem sombra de dúvida a sal, cheirava à maresia tendo a pele ainda quente, suave como uma qualquer pétala de rosa…suave, suave e minha.
Um momento, apenas um instante para fechar os olhos e saborear o momento.
Olhava-me incrédula, olhava-me em sinal de espera, em sinal de quem aguarda alcançar, algo que não sabe muito bem o quê.
O momento, o momento...aquele em que a deito no chão, aquele em que deposito os meus lábios sedentos na sua boca trémula, o momento em que deposito todo o meu ser naquele corpo também ele trémulo.
Desejava-a hoje como ontem."


Maria Ferreira

Beijo n´oteudoceolhar


domingo, 25 de setembro de 2016

... "Ao Mar" ...



(Foto de Minha Autoria)

"Aqui me sento me invento e reinvento, 
Sob o teu olhar atento mar, sob o olhar atento do Por do Sol..
Sobre a luz que se quer fazer noite, que me acorda para o dia...
Aqui me sento e reinvento...
 Sob o olhar atento do que sou hoje... 
do que fui ontem, no que serei amanhã. 
Aqui me sento invento e reinvento, na tua imensidão me perco e encontro...
Para te Amar hoje Amar amanhã, Amar Mar...
 Sob todos os olhares sentires que de ti advém sobre mim. 
Incondicional é o meu sentir, o gelo, o quente, tu e só tu Mar…"


Maria Ferreira

Beijo n´oteudoceolhar




sábado, 24 de setembro de 2016



"E mais uma vez começa a acontecer, é um acordar e sentir a mente "entorpecer"...
Dias há que por cá nada há a fazer...
Instala-se o egoísmo de quem simplesmente quer baixar os braços...
Sim este Ser medonho também sou eu...
Sim este ser triste, envelhecido, e descabido de ideias também sou eu...
Ontem estive assim, hoje acordo assim...
Dormir torna-se tão esgotante como acordar...
Estou cansada de mim...
Estou e estou !!
Não entendo os sinais do corpo, nem os sinais do que ele precisa...
Entrego-me ao querer desaparecer para todos e mais algum lugar...
Porque eu não quero simplesmente ser ou estar..."


Maria Ferreira

Beijo n´oteudoceolhar


(A todos aqueles que tem a gentileza de comentar tenho por hábito dar a resposta.
Se achares por bem volta para a Ler!
Muito obrigada)