... " Natal - Primeira parte " ...
"O frio fazia-se sentir lá fora e dentro da humilde casinha,
a lareira aquecia os corpinhos das crianças.
Aquecia o pensamento das crianças, dáva-lhes alento.
Mantinha-se a espectativa...
"O que será que nos vai trazer o Pai Natal?"
Importaria a prenda?
Importaria porque na criança que há em todos nós vivia,
a esperança de um dia, uma noite, num momento que se fazia ano ano, fosse diferente.
Diferente seria certamente, porque mais um ano passou e a criança cresceu,
amadureceu...mas sentia a esperança, aquela que sentia desde criança de acreditar no Pai Natal... Deixemos o coração estar quente,
em mais um ano que se sente, nos corações de todas as crianças,
de todos os momentos passados feitos futuro...
O Natal de ontem, no espirito do Natal do amanhã.
Todos os dias deveriam ser de Natal...
deveriam ser com toda a certeza, como é incerto o amanhã,
por isso nada como "hoje", viver o Natal,
juntamente com aquela criança que se mantém viva dentro de todos nós...
E pelas nossas "crianças"...
O que é a lareira?
O que representa?
Como a vejo e sinto?
A lareira, vejo-a como o coração… O nosso!
Representa a criança que há em todos nós…
Se não há, se não a sentimos em nós, entendo como algo contraditório.
A meu ver todos nós os “grandes”, nos deveríamos por vezes sentir “pequeninos”.
Tudo leva a crer que para o ano “seja pior”.
A nível nacional, internacional…
O mundo anda às avessas, as pessoas andam às avessas…
Eu giro como os “grandes”, mandam e querem.
Ainda assim, vivemos num presente, feito de um passado, que nos levará, a uma incógnita no futuro.
Questiono-me se o amanhã, não é como sempre foi, uma grande incógnita...
Certo, politicamente tudo tende a piorar, certo as profecias, não levaram o mundo ao seu fim.
O homem irá levar-se a um fim…
A inconsequência de todos nós…
Também sou tão culpada, como vitima dos “grandes”.
O Amanhã fica para o amanhã, o ontem teve o seu tempo…
O agora é o procurar deixar o coração manter-se quente sob o quente da imaginária “lareira”.
Viver a típica nostalgia da quadra, viver e dar a viver às nossas crianças a alegria da criança que há em nós…
Procurei “agradar” em tudo o meu filho, procurei chegar um pouco a tudo aquilo que foi sublinhado nos inúmeros catálogos de brinquedos.
Mas…
Procuro e irei procurar que a minha criança, feita num menino de 5 anos, chegue aos 40 anos com a ideia de que se faz, a árvore de Natal, o Presépio, que o espírito, não pode nem deve ser meramente materialista, ou consumista.
Que mesmo fazendo parte de uma família onde a mãe está de um lado e o pai do outro (tal como aconteceu comigo), há e tem de haver seja em que medida for, o calor e união da família, de parte a parte…o aconchego do lar, todo o brilho das luzinhas da arvore de Natal, do menino em palhinhas deitado…
O espirito a emoção de que mesmo se dizendo que Natal é todos os dias apenas se vivem estes momentos nesta época do ano.
Maria.
Beijo n´oteudoceolhar.