! !

quarta-feira, 27 de abril de 2011

... Gentle Beauty at The Sunset ...




A minha melhor modelo, Andreia Ferreira.
Com todo o meu amor e carinho, para Ti sobrinha.
Obrigada pela paciênca, pela juventude, pelo sorriso, pela vida,
pelo gosto de me acompanhares na "arte" ...
Podes sempre contar em ter a  minha "vida" na tua mão (maquina) ...
A música é muito "cota", mas saboreia, observa e sente ...
olha as ondas como ondulantes se manisfestam ao sabor do som do piano...
Depois desta outras se seguiram...
Obrigada por me levares a ver e a sentir o Meu Mar

Love you
Deixo um beijo n´oteudoceolhar

Maria



Etiquetas: , ,

sexta-feira, 15 de abril de 2011

"Saudades..."



Hoje senti saudade da planície alentejada, senti saudade dos aromas…
Saudade daquelas manhãs em que acordar pelas 7 da manhã sabe bem enquanto todos dormem, poder ver cores e sentir odores no silêncio e na calma.
Senti saudade dos campos da ceara do colorido das papoilas.
O branco da cal as barras azuis ou amarelas que caracterizam as casas…
Não sei bem porquê mas senti saudade.
Senti vontade de me instalar num qualquer lugar e ouvir o vento…
Olhar o infinito, sem pensar em nada.
Ou de caminhar por entre as estevas.
Parece que tudo tem outro sabor, parece que as cores ganham uma outra vida… Cansa-me o cinzento das cidades, o ruído dos carros o “atropelamento” das pessoas, gritos, insultos.
Senti saudade da paz do Alentejo…
Do meu Alentejo aquele cantinho que fica perto do mar, sim porque hoje também senti saudades do mar…da sua força da sua grandeza do seu chamamento.


Maria


Beijo n´oteudoceolhar


(recoloco porque a saudade no ontem é a mesma do hoje...
mas no hoje parto para "matar" as saudades e esvaziar e limpar a alma).




Etiquetas:

terça-feira, 12 de abril de 2011

... Memórias de ontem Dilema de "Hoje" ...


"A manhã parecia fazer adivinhar um dia frio, a brisa aconselhava a um casaco. Passava pouco mais da 8 da manhã quando chego á clínica para fazer mais umas análises, a vontade é muito pouco até porque a cama é bem mais apelativa.
Tirei o dia de férias para aproveitar a fazer os exames e mais uma ida ao centro de saúde, resumindo, uma manhã nas “voltinhas” como costuma dizer a Lena.
Chego a casa já passava das 13 horas, para quem tinha de estar em Lisboa ás 16 não me resta muito tempo para descansar. Nada como um telefonema a combinar para mais tarde, afinal a Joana ia estar a fazer uma trabalho de grupo na faculdade, por isso quando lá fosse era só ela dar-me a maquina fotográfica e ir-me embora, pelo menos era o que eu pensava.
O dia está quente, até para dormir a sesta incomoda, mas é daquelas coisas, a minha relação como a minha cama é muito boa, entendemo-nos a 100%.
Chego à universidade de direito á hora combinada, olho á minha volta e parece-me que o trânsito está caótico, a Joana nem sinal dela. Acabo por lhe ligar diz-me que daqui a 15 minutos está lá, os 15 minutos levaram hora e meia a passar, claro que nessa altura já eu deitava fumo por todos os lados. Tenho o concerto ás 22 horas no pavilhão atlântico e são 20 horas ainda estou na cidade universitária.
O primeiro concerto que assisti no Restelo (já no tempo da outra senhora), combinei ir com o Luís, melhor amigo de sempre e alguém em quem a Lena sempre confiou para andar comigo, tive de comprar um bilhete a mais porque o senhor soube que eu ia sozinha com um rapaz e foi uma carga de trabalhos, só não me chamou foi mãe.
Lá teve a Lena de ir connosco, eu adorei que ela fosse, ela também acabou por gostar. Da segunda vez que fui ao Restelo ver o Júlio acabei por ir com a Lena, não fosse o diabo tecê-las...Mas eu fui ver o Júlio.
As minhas aventuras com o Júlio continuaram, por portas e travessas ainda consegui ir ao Herman Sic assistir ao programa, fiquei ao lado do produtor logo na primeira fila, a Lena coitada muito envergonhada, porque eu não consegui simplesmente falar, tal não era a ansiedade, era a primeira vez que eu ia ver o Júlio tão perto, quando ele entra no estúdio parecia um dilúvio, os câmara man não me largavam, eu lá tinha culpa, não conseguia parar de chorar, no intervalo o F ouviu eles a comentarem – nós a tentarmos filmar e aquela parva a limpar as lágrimas. E eu lá me importo com isso, trouxe de recordação o olhar do Júlio e o beijo que me lançou. Anos depois o Júlio volta a Portugal, dilema o concerto é em Portalegre, ainda me passou pela cabeça ir a Portalegre mas como?
Aproxima-se o mês de Julho, e como é hábito o Luís pergunta o que quero de prenda de anos...eu olhei para ele e respondi que não era muito difícil de adivinhar o que queria.
O Luís aparece lá em casa com dois bilhetes para a plateia vip em Portalegre, claro que enchi o Luís de beijos e mais beijos, mesmo sem fazer a mínima ideia de como iríamos para Portalegre.
Tudo se acabou por resolver, o Tó ofereceu-se para nos levar, “pegou” na irmã e em nós e lá fomos. Foi um concerto memorável, apesar de estar na Plateia a fila ainda era um pouco distante do palco, o que valeu é que já sabia qual era a ultima musica e assim que acaba a ultima música “voei” para o palco. Consegui ser das primeiras pessoas do público a chegar junto do palco, o cordão de seguranças começou a avançar...é?
Chamei e voltei a chamar o Júlio, ele voltou-se olhou-me nos olhos, e com aquele sorriso e olhar de arrasa corações, lançou-me um beijo e disse – Guapissima.
Repetiram-se mais um concerto no pavilhão atlântico, confesso que não foi dos que mais gostei, ao que parece o Júlio tinha partido um pé duas horas antes, acho que por isso não lhe correu muito bem, ainda assim finalmente tinha conseguido fotografá-lo, depois das peripécias para conseguir entrar com a máquina, qual não foi o meu espanto, haviam mais maquinas fotográficas no publico do que propriamente maquinas de fotógrafos.
A Joana finalmente chega falta 1 hora para o concerto, estou uma pilha de nervos, ainda me convence a ir jantar com ela e com as colegas, não fui capaz de dizer que não. Entro no pavilhão atlântico sempre com a sensação de que do nada surja á minha frente aquela figura do passado...começo a pensar enquanto olhos para as filas de gente “parva, vais para a 3ª fila vip ainda por cima, não tens de estar na final é entrar e sentar, ele não vai para a vip”. Fosse ou não fosse, era um momento meu, e como diz a Lena coração ao alto.
Ansiedade a mil o coração parecia que me saltava da boca, estava cheio e eu finalmente na 3ª fila, custou muito mas estava lá.
As luzes apagaram-se, assobios palmas, confusão, e eu a mil...luzes, as meninas do coro os músicos, e ele, tal e qual o vinho do porto, igual a si mesmo, fato preto, sapatinho de luva e um sorriso...bem o suficiente para me levantar da cadeira em pranto...bem nem tudo se devia ao Júlio, ele deixa-me ko mas digamos que a ansiedade das últimas horas também não ajudou em nada, mas este era o meu momento...foi espectacular, fez valer cada cêntimo, cada euro que gastei. Valeu porque é bem possível que esta seja a última vez que o veja ou então que possa gastar o que gastei para estar lá...valores mais altos se levantam.
No fim de tudo, no meio de tanta confusão, eu não estava sozinha, e só me lembrava do que a Lena costuma dizer – João não te podes enervar por causa do bebé. E como a João estava (e não era pouco), nervosa, fazia festas á barriga e ia pensando – a mãe está a chorar mas a mãe está feliz...
E estava, estava mesmo feliz....
Ele está velho?
Verdade... está velho, anda com alguma dificuldade, tem o olhar e corpo cansado, mas eu também estou mais velha e é mais do que certo que para nova não vou...e depois Júlio…No importa lo que dicen las gentes".

Texto de Maio 2007 ... Hoje alguém me pode fazer crer que não vale a pena ir ver o Ultimo concerto dado Pelo Julio? O meu Júlio ? Alguém que sempre adorei, digam o que disserem ... velho e afins, balelas que  pouco me importam. Hoje o olhar não tem o encanto de outrora, mas já o olhei bem nos olhos, vi o Peso da idade, mas também acompanho o olhar de outrora.
Gosto e pouco me importa o que digam...GOSTO, ADORO...
Alguém me pode fazer entender, e dar um motivo mais do que válido para não ir ?
Acho que para já a única pessoa ainda foi a minha mãe. Entendo plenamente os motivos que aponta, as contas as malditas contas, entendo que quero material para a maquina, entendo que não posso ter o mundo...mas. Ele diz ser o último. É mais um ciclo que se fecha...mais um. As minhas estrelas, começam apenas a brilhar lá bem no firmamento. Assustador, os ciclos fecham-se...e a vida tem de ir seguindo até um dia ser o meu ciclo.
É estranhamente assustador, pensar assim ... no fim olhar para trás e o que irei ver?
Temo essa fase, sei que não a vou entender...mas faço parte de todo um ciclo e o dia chegará, até lá, nada como tentar viver da melhor forma possível aquilo que chamam vida. Utópica, Ilusória ...
Tanta coisa, com que me preocupar é um facto, mas agora até o "dilema" do "meu" Julio ... irra.

Maria

Etiquetas:

sexta-feira, 8 de abril de 2011

"O meu Banco..."


Ali estás tu… com vista sobre o mar. 
Olho-te num segundo, num segundo que é só meu, e capto a essência da tua beleza.
Beleza ou talvez não, falta-te brilho, falta-te cor, falta-te areia sobre os pés, falta-te algo que me falta a mim…
Tu e EU.
O mar envolve a bravura da revolta, da dor, o mar expande-se pela costa indo ao encontro das rochas, bravo, bravíssimo como só ele.
Tinha vontade de me lançar sobre ti e em ti deixar toda a água contida no meu olhar, deitar o meu corpo num assento, banhado de salpicos, de vento, de mim.
És meu, independentemente de quem em ti se senta, és meu porto de abrigo, quando aqui estou…
Todo este santuário que teimam em destruir…são pedacinhos de mim que aqui ficam e pedaços de “aqui” que em mim levo.
Lavo a vista, e ainda assim a sinto enevoada…
Deixa que se consuma aqui a alma… a alma… a minha.



Maria

oteudoceolhar


terça-feira, 5 de abril de 2011

... Desespero versus ódio ...



De que cor se veste o desepero?
O meu veste-se com todas as cores do arco-iris...
Azuis, Rosas, Amarelos, Verdes...todas as cores que dão cor e vida ao arco-iris.
Eu estou vida, eu vivo, como tal eu sou um misto de todas as cores.
Eu desespero, mas eu vivo.
Eu sou a cara, eu dou cara ao desespero...
Desdobro o sentir num  misto que transforma as cores, em faiscas coloridas de fogo.
Indiferente á cor, apenas ao sentir, ódio ...
 Puro ódio, por cada lágrima vertida, por quem um dia foi sangue do meu sangue, recuso a pensar que um dia sofri, chorei e amei, alguém tão impróprio de saber o que é estar vivo. Viver apenas com o condão, de fazer os outros sofrerem, dormir a pensar como magoar, como ferir os outros, como melindrar...
Eu quero, eu posso eu mando...
Toda a vida foi assim, por isso ainda que tropeçando e caindo, ainda que de forma incorrecta, livrei-me de uma cruz que só irá existir até eu crer...
Passou um ano desde a última vez que os nossos olhos se cruzaram, sobrevivi, num  misto de cores que me envolvem, sou uma SOBREVIVENTE, contra todos os ventos e marés.
 Hoje já não me fazes falta alguma, não te desejo nem bem nem mal, apenas...que tudo aquilo que fazes para ver e fazer sofrer, te corroa a alma, até definhares...inerto.
Fecho-te na caixa, na miha caixa de pandora...mais uma vez.

Maria




} @media handheld { #wrap { width:90%; } #main-top { width:100%; background:#FFF3DB; } #main-bot { width:100%; background:#FFF3DB; } #main-content { width:100%; background:#FFF3DB; } } #inner-wrap { padding:0 50px; } #blog-header { margin-bottom:0px; } #blog-header h1 { margin:0; padding:0 0 6px 0; font-size:225%; font-weight:normal; color:#612E00; } #blog-header h1 a:link { text-decoration:none; } #blog-header h1 a:visited { text-decoration:none; } #blog-header h1 a:hover { border:0; text-decoration:none; } #blog-header p { margin:0; padding:0; font-style:italic; font-size:94%; line-height:1.5em; } div.clearer { clear:left; line-height:0; height:10px; margin-bottom:12px; _margin-top:-4px; /* IE Windows target */ background:url("") no-repeat bottom left; } @media all { #main { width:560px; float:left; padding:8px 0; margin-left:-40px; } #sidebar { width:240px; float:right; padding:8px 0; margin-left:-50px; } @media handheld { #main { width:100%; float:none; } #sidebar { width:100%; float:none; } } #footer { clear:both; background:url("") no-repeat top left; padding-top:10px; _padding-top:6px; /* IE Windows target */ } #footer p { line-height:1.5em; font-family:Verdana, sans-serif; font-size:75%; } /* Typography :: Main entry ----------------------------------------------- */ h2.date-header { font-weight:normal; text-transform:capitalize; text-align:right; letter-spacing:.1em; font-size:90%; margin:0; padding:0; } .post { text-align:center; margin:8px 0 24px 0; line-height:1.5em; } h3.post-title { font-weight:normal; text-align:center; font-size:140%; color:#da70cd; margin:0; padding:0; } .post-body p { text-align:center; margin:0 0 .6em 0; } .post-footer { font-family:Verdana, sans-serif; color:#da70cd; font-size:74%; border-top:0px solid #BFB186; padding-top:6px; } .post ul { margin:0; padding:0; } .post li { line-height:1.5em; list-style:none; background:url("") no-repeat 0px .3em; vertical-align:top; padding: 0 0 .6em 17px; margin:0; } /* Typography :: Sidebar ----------------------------------------------- */ h2.sidebar-title { font-weight:normal; font-size:120%; margin:0; padding:0; color:#da70cd; } h2.sidebar-title img { margin-bottom:-4px; } #sidebar ul { font-family:Verdana, sans-serif; font-size:86%; margin:6px 0 12px 0; padding:0; } #sidebar ul li { list-style: none; padding-bottom:6px; margin:0; } #sidebar p { text-align:center; font-family:Verdana,sans-serif; font-size:86%; margin:0 0 .6em 0; } /* Comments ----------------------------------------------- */ #comments {} #comments h4 { font-weight:normal; font-size:120%; color:#29303B; margin:0; padding:0; } #comments-block { line-height:1.5em; } .comment-poster { background:url("") no-repeat 2px .35em; margin:.5em 0 0; padding:0 0 0 20px; font-weight:bold; } .comment-body { margin:0; padding:0 0 0 20px; } .comment-body p { font-size:100%; margin:0 0 .2em 0; } .comment-timestamp { font-family:Verdana, sans-serif; color:#29303B; font-size:74%; margin:0 0 10px; padding:0 0 .75em 20px; } .comment-timestamp a:link { color:#473624; text-decoration:underline; } .comment-timestamp a:visited { color:#716E6C; text-decoration:underline; } .comment-timestamp a:hover { color:#956839; text-decoration:underline; } .comment-timestamp a:active { color:#956839; text-decoration:none; } .deleted-comment { font-style:italic; color:gray; } .paging-control-container { float: right; margin: 0px 6px 0px 0px; font-size: 80%; } .unneeded-paging-control { visibility: hidden; } /* Profile ----------------------------------------------- */ #profile-container { margin-top:12px; padding-top:12px; height:auto; background:url("") no-repeat top left; } .profile-datablock { margin:0 0 4px 0; } .profile-data { display:inline; margin:0; padding:0 8px 0 0; text-transform:uppercase; letter-spacing:.1em; font-size:90%; color:#211104; } .profile-img {display:inline;} .profile-img img { float:left; margin:0 8px 0 0; border:1px solid #A2907D; padding:2px; } .profile-textblock { font-family:Verdana, sans-serif;font-size:86%;margin:0;padding:0; } .profile-link { margin-top:5px; font-family:Verdana,sans-serif; font-size:86%; } /* Post photos ----------------------------------------------- */ img.post-photo { border:1px solid #A2907D; padding:4px; } /* Feeds ----------------------------------------------- */ #blogfeeds { } #postfeeds { padding:0 0 12px 20px; }

quarta-feira, 27 de abril de 2011

... Gentle Beauty at The Sunset ...




A minha melhor modelo, Andreia Ferreira.
Com todo o meu amor e carinho, para Ti sobrinha.
Obrigada pela paciênca, pela juventude, pelo sorriso, pela vida,
pelo gosto de me acompanhares na "arte" ...
Podes sempre contar em ter a  minha "vida" na tua mão (maquina) ...
A música é muito "cota", mas saboreia, observa e sente ...
olha as ondas como ondulantes se manisfestam ao sabor do som do piano...
Depois desta outras se seguiram...
Obrigada por me levares a ver e a sentir o Meu Mar

Love you
Deixo um beijo n´oteudoceolhar

Maria



Etiquetas: , ,

sexta-feira, 15 de abril de 2011

"Saudades..."



Hoje senti saudade da planície alentejada, senti saudade dos aromas…
Saudade daquelas manhãs em que acordar pelas 7 da manhã sabe bem enquanto todos dormem, poder ver cores e sentir odores no silêncio e na calma.
Senti saudade dos campos da ceara do colorido das papoilas.
O branco da cal as barras azuis ou amarelas que caracterizam as casas…
Não sei bem porquê mas senti saudade.
Senti vontade de me instalar num qualquer lugar e ouvir o vento…
Olhar o infinito, sem pensar em nada.
Ou de caminhar por entre as estevas.
Parece que tudo tem outro sabor, parece que as cores ganham uma outra vida… Cansa-me o cinzento das cidades, o ruído dos carros o “atropelamento” das pessoas, gritos, insultos.
Senti saudade da paz do Alentejo…
Do meu Alentejo aquele cantinho que fica perto do mar, sim porque hoje também senti saudades do mar…da sua força da sua grandeza do seu chamamento.


Maria


Beijo n´oteudoceolhar


(recoloco porque a saudade no ontem é a mesma do hoje...
mas no hoje parto para "matar" as saudades e esvaziar e limpar a alma).




Etiquetas:

terça-feira, 12 de abril de 2011

... Memórias de ontem Dilema de "Hoje" ...


"A manhã parecia fazer adivinhar um dia frio, a brisa aconselhava a um casaco. Passava pouco mais da 8 da manhã quando chego á clínica para fazer mais umas análises, a vontade é muito pouco até porque a cama é bem mais apelativa.
Tirei o dia de férias para aproveitar a fazer os exames e mais uma ida ao centro de saúde, resumindo, uma manhã nas “voltinhas” como costuma dizer a Lena.
Chego a casa já passava das 13 horas, para quem tinha de estar em Lisboa ás 16 não me resta muito tempo para descansar. Nada como um telefonema a combinar para mais tarde, afinal a Joana ia estar a fazer uma trabalho de grupo na faculdade, por isso quando lá fosse era só ela dar-me a maquina fotográfica e ir-me embora, pelo menos era o que eu pensava.
O dia está quente, até para dormir a sesta incomoda, mas é daquelas coisas, a minha relação como a minha cama é muito boa, entendemo-nos a 100%.
Chego à universidade de direito á hora combinada, olho á minha volta e parece-me que o trânsito está caótico, a Joana nem sinal dela. Acabo por lhe ligar diz-me que daqui a 15 minutos está lá, os 15 minutos levaram hora e meia a passar, claro que nessa altura já eu deitava fumo por todos os lados. Tenho o concerto ás 22 horas no pavilhão atlântico e são 20 horas ainda estou na cidade universitária.
O primeiro concerto que assisti no Restelo (já no tempo da outra senhora), combinei ir com o Luís, melhor amigo de sempre e alguém em quem a Lena sempre confiou para andar comigo, tive de comprar um bilhete a mais porque o senhor soube que eu ia sozinha com um rapaz e foi uma carga de trabalhos, só não me chamou foi mãe.
Lá teve a Lena de ir connosco, eu adorei que ela fosse, ela também acabou por gostar. Da segunda vez que fui ao Restelo ver o Júlio acabei por ir com a Lena, não fosse o diabo tecê-las...Mas eu fui ver o Júlio.
As minhas aventuras com o Júlio continuaram, por portas e travessas ainda consegui ir ao Herman Sic assistir ao programa, fiquei ao lado do produtor logo na primeira fila, a Lena coitada muito envergonhada, porque eu não consegui simplesmente falar, tal não era a ansiedade, era a primeira vez que eu ia ver o Júlio tão perto, quando ele entra no estúdio parecia um dilúvio, os câmara man não me largavam, eu lá tinha culpa, não conseguia parar de chorar, no intervalo o F ouviu eles a comentarem – nós a tentarmos filmar e aquela parva a limpar as lágrimas. E eu lá me importo com isso, trouxe de recordação o olhar do Júlio e o beijo que me lançou. Anos depois o Júlio volta a Portugal, dilema o concerto é em Portalegre, ainda me passou pela cabeça ir a Portalegre mas como?
Aproxima-se o mês de Julho, e como é hábito o Luís pergunta o que quero de prenda de anos...eu olhei para ele e respondi que não era muito difícil de adivinhar o que queria.
O Luís aparece lá em casa com dois bilhetes para a plateia vip em Portalegre, claro que enchi o Luís de beijos e mais beijos, mesmo sem fazer a mínima ideia de como iríamos para Portalegre.
Tudo se acabou por resolver, o Tó ofereceu-se para nos levar, “pegou” na irmã e em nós e lá fomos. Foi um concerto memorável, apesar de estar na Plateia a fila ainda era um pouco distante do palco, o que valeu é que já sabia qual era a ultima musica e assim que acaba a ultima música “voei” para o palco. Consegui ser das primeiras pessoas do público a chegar junto do palco, o cordão de seguranças começou a avançar...é?
Chamei e voltei a chamar o Júlio, ele voltou-se olhou-me nos olhos, e com aquele sorriso e olhar de arrasa corações, lançou-me um beijo e disse – Guapissima.
Repetiram-se mais um concerto no pavilhão atlântico, confesso que não foi dos que mais gostei, ao que parece o Júlio tinha partido um pé duas horas antes, acho que por isso não lhe correu muito bem, ainda assim finalmente tinha conseguido fotografá-lo, depois das peripécias para conseguir entrar com a máquina, qual não foi o meu espanto, haviam mais maquinas fotográficas no publico do que propriamente maquinas de fotógrafos.
A Joana finalmente chega falta 1 hora para o concerto, estou uma pilha de nervos, ainda me convence a ir jantar com ela e com as colegas, não fui capaz de dizer que não. Entro no pavilhão atlântico sempre com a sensação de que do nada surja á minha frente aquela figura do passado...começo a pensar enquanto olhos para as filas de gente “parva, vais para a 3ª fila vip ainda por cima, não tens de estar na final é entrar e sentar, ele não vai para a vip”. Fosse ou não fosse, era um momento meu, e como diz a Lena coração ao alto.
Ansiedade a mil o coração parecia que me saltava da boca, estava cheio e eu finalmente na 3ª fila, custou muito mas estava lá.
As luzes apagaram-se, assobios palmas, confusão, e eu a mil...luzes, as meninas do coro os músicos, e ele, tal e qual o vinho do porto, igual a si mesmo, fato preto, sapatinho de luva e um sorriso...bem o suficiente para me levantar da cadeira em pranto...bem nem tudo se devia ao Júlio, ele deixa-me ko mas digamos que a ansiedade das últimas horas também não ajudou em nada, mas este era o meu momento...foi espectacular, fez valer cada cêntimo, cada euro que gastei. Valeu porque é bem possível que esta seja a última vez que o veja ou então que possa gastar o que gastei para estar lá...valores mais altos se levantam.
No fim de tudo, no meio de tanta confusão, eu não estava sozinha, e só me lembrava do que a Lena costuma dizer – João não te podes enervar por causa do bebé. E como a João estava (e não era pouco), nervosa, fazia festas á barriga e ia pensando – a mãe está a chorar mas a mãe está feliz...
E estava, estava mesmo feliz....
Ele está velho?
Verdade... está velho, anda com alguma dificuldade, tem o olhar e corpo cansado, mas eu também estou mais velha e é mais do que certo que para nova não vou...e depois Júlio…No importa lo que dicen las gentes".

Texto de Maio 2007 ... Hoje alguém me pode fazer crer que não vale a pena ir ver o Ultimo concerto dado Pelo Julio? O meu Júlio ? Alguém que sempre adorei, digam o que disserem ... velho e afins, balelas que  pouco me importam. Hoje o olhar não tem o encanto de outrora, mas já o olhei bem nos olhos, vi o Peso da idade, mas também acompanho o olhar de outrora.
Gosto e pouco me importa o que digam...GOSTO, ADORO...
Alguém me pode fazer entender, e dar um motivo mais do que válido para não ir ?
Acho que para já a única pessoa ainda foi a minha mãe. Entendo plenamente os motivos que aponta, as contas as malditas contas, entendo que quero material para a maquina, entendo que não posso ter o mundo...mas. Ele diz ser o último. É mais um ciclo que se fecha...mais um. As minhas estrelas, começam apenas a brilhar lá bem no firmamento. Assustador, os ciclos fecham-se...e a vida tem de ir seguindo até um dia ser o meu ciclo.
É estranhamente assustador, pensar assim ... no fim olhar para trás e o que irei ver?
Temo essa fase, sei que não a vou entender...mas faço parte de todo um ciclo e o dia chegará, até lá, nada como tentar viver da melhor forma possível aquilo que chamam vida. Utópica, Ilusória ...
Tanta coisa, com que me preocupar é um facto, mas agora até o "dilema" do "meu" Julio ... irra.

Maria

Etiquetas:

sexta-feira, 8 de abril de 2011

"O meu Banco..."


Ali estás tu… com vista sobre o mar. 
Olho-te num segundo, num segundo que é só meu, e capto a essência da tua beleza.
Beleza ou talvez não, falta-te brilho, falta-te cor, falta-te areia sobre os pés, falta-te algo que me falta a mim…
Tu e EU.
O mar envolve a bravura da revolta, da dor, o mar expande-se pela costa indo ao encontro das rochas, bravo, bravíssimo como só ele.
Tinha vontade de me lançar sobre ti e em ti deixar toda a água contida no meu olhar, deitar o meu corpo num assento, banhado de salpicos, de vento, de mim.
És meu, independentemente de quem em ti se senta, és meu porto de abrigo, quando aqui estou…
Todo este santuário que teimam em destruir…são pedacinhos de mim que aqui ficam e pedaços de “aqui” que em mim levo.
Lavo a vista, e ainda assim a sinto enevoada…
Deixa que se consuma aqui a alma… a alma… a minha.



Maria

oteudoceolhar


terça-feira, 5 de abril de 2011

... Desespero versus ódio ...



De que cor se veste o desepero?
O meu veste-se com todas as cores do arco-iris...
Azuis, Rosas, Amarelos, Verdes...todas as cores que dão cor e vida ao arco-iris.
Eu estou vida, eu vivo, como tal eu sou um misto de todas as cores.
Eu desespero, mas eu vivo.
Eu sou a cara, eu dou cara ao desespero...
Desdobro o sentir num  misto que transforma as cores, em faiscas coloridas de fogo.
Indiferente á cor, apenas ao sentir, ódio ...
 Puro ódio, por cada lágrima vertida, por quem um dia foi sangue do meu sangue, recuso a pensar que um dia sofri, chorei e amei, alguém tão impróprio de saber o que é estar vivo. Viver apenas com o condão, de fazer os outros sofrerem, dormir a pensar como magoar, como ferir os outros, como melindrar...
Eu quero, eu posso eu mando...
Toda a vida foi assim, por isso ainda que tropeçando e caindo, ainda que de forma incorrecta, livrei-me de uma cruz que só irá existir até eu crer...
Passou um ano desde a última vez que os nossos olhos se cruzaram, sobrevivi, num  misto de cores que me envolvem, sou uma SOBREVIVENTE, contra todos os ventos e marés.
 Hoje já não me fazes falta alguma, não te desejo nem bem nem mal, apenas...que tudo aquilo que fazes para ver e fazer sofrer, te corroa a alma, até definhares...inerto.
Fecho-te na caixa, na miha caixa de pandora...mais uma vez.

Maria